Famílias do MST em Formosa são vítimas de ação ilegal em terra vizinha

As famílias atingidas pela ação das chuvas de domingo, 19/12/2021, em Formosa, estão no Acampamento Dom Tomás Balduíno, na Fazenda Cangalha desde 2016.  Elas foram levadas para lá pelo próprio Incra - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária que já agilizava a compra daquela terra para fazer o assentamento dos pequenos agricultores familiares do MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

O processo começou a sofrer revezes quando os herdeiros da fazenda começaram a se desentender.

Além de não efetivar a desapropriação, o Incra não viabilizou outra terra para o assentamento, deixando as famílias em situação de conflito e de extrema vulnerabilidade.

De acordo com a coordenação nacional do MST, os transtornos e prejuízos decorrentes do crime ambiental que desmatou ilegalmente e utilizou as árvores cortadas para desviar a água da chuva e o barro para área de plantio e de casas “são mais uma violência contra a comunidade que vem sofrendo intimidações por parte de herdeiros da propriedade e de um arrendatário”.  

A denúncia do crime ambiental foi registrada pela coordenação do Acampamento Dom Tomas Balduíno junto à secretaria de Meio Ambiente do município de Formosa que enviou equipe ao local para fazer o levantamento da extensão do problema. O relatório final será encaminhado ao Ministério Público para as providências cabíveis.  

O secretário do Meio Ambiente, Ian Thomé, também fez o contato direto com o proprietário da fazenda exigindo a retirada imediata dos entulhos que provocaram o desvio das águas para a área reservada às famílias. Esse serviço já foi iniciado.

A CPT – Comissão Pastoral da Terra Regional de Goiás, o diretório do Partido dos Trabalhadores em Formosa e o vereador Wélio de Iraci Chegou (PT) estão acompanhando o processo de perto por entenderem que os fatos devem ser apurados e os responsáveis submetidos à lei.

Da Redação