Censo 2022: Em Formosa residem 102 quilombolas. Em Goiás, são mais de 30 mil
Pela primeira vez, o Censo do IBGE incluiu pesquisa específica sobre a população quilombola. Em Goiás, a maior concentração está no território Kalunga
27/09/2023 às 12:00:00- atualizado em 
Os dados coletados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no censo 2022 capturaram as várias paisagens sociais e estão permitindo entender as várias dinâmicas sociais do país. Um dado demográfico significativo está relacionado à população quilombola e sua incidência geográfica no país, algo nunca realizado pelo censo.
O censo constatou que 1.327.802 pessoas são quilombolas no país, sendo o Nordeste a região com o maior percentual, cerca de 68,19% da quantia.
O Estado de Goiás compreende uma fatia menor, mas significativa de comunidades quilombolas e tem cerca de 30 mil membros. Em Formosa, 102 pessoas se identificaram como quilombolas, presença certamente associada à existência histórica de quilombos no nordeste goiano, particularmente no território Kalunga, que compreende as cidades de Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros. O território Kalunga foi reconhecido pela ONU como reserva ambiental e território de Comunidades Indígenas e Locais (Ticca) do Brasil.
Os quilombos são comunidades remanescentes de negros que fugiram da condição de escravizados, bem como de ex-escravizados que se uniam a essas comunidades. Os quilombos em grande medida praticam agricultura de subsistência e tradicionalmente são conhecidos pela produção de farinha de mandioca.
Os quilombos, assim como as aldeias indígenas, estão à mercê de intimidações e invasões movidas por fazendeiros e grande donos de terras. A garantia de que essas comunidades sejam preservadas e que seu direito a terra seja mantido é crucial para um povo que historicamente sempre precisou lutar contra as injustiças raciais no país.
Por Redação
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