Formosa

Trabalhadoras de Formosa se juntam à Marcha das Margaridas em Brasília

As milhares de mulheres mostraram a disposição de luta por reforma agrária e por garantias para as trabalhadoras do campo, das florestas e das águas.

ícone relógio21/08/2023 às 12:00:00- atualizado em  
Trabalhadoras de Formosa se juntam à Marcha das Margaridas em Brasília

Nos dias 15 e 16 de agosto, a Esplanada dos Ministérios estava pintada em tons de roxo e lilás. Eram milhares de mulheres na Marcha das Margaridas.

A Marcha está em sua 7ª edição e vem se tornando um marco da luta de mulheres campesinas pelo direito à terra e à organização de movimentos sindicais rurais de trabalhadores e trabalhadoras do campo, das florestas e das águas. 

As trabalhadoras e líderes de movimentos sociais de Formosa estiveram presentes na Marcha. 

“Cada dia que passa a gente vai se multiplicando. A gente sente que nós mulheres estamos segurando uma nas mãos das outras e seguindo o caminho. A Marcha tem um tema que é pela reconstrução do Brasil. E nós mulheres temos a vontade e o poder de reconstruir o Brasil de novo”, ressaltou Maria Ivanilda, também conhecida como Mel, dirigente de gênero do Acampamento Dom Tomás, do MST em Formosa.

“Se nós estamos caminhando hoje na Esplanada é porque muitas outras mulheres deram sua vida lutando por um Brasil melhor”, destacou a suplente de vereadora, Professora Nilza (PT).

Professora Nilza

A secretária estadual de Mulheres do PT Estadual de Goiás, Lucimar Nascimento, se mobilizou para garantir o maior número possível de trabalhadoras goianas no evento. 

Representantes do Acampamento Dom Tomás Balduíno que estiveram na Marcha.

 

Do Acampamento Dom Tomás Balduíno, mas de 40 mulheres estiveram presentes. Dirigente de gênero no acampamento, Mel ressaltou a importância de poder encontrar e conhecer companheiras de outros estados, se juntar a elas e compartilhar informações sobre as lutas e as conquistas das mulheres em seus diversos contextos. 

Mel falou também das pautas dos movimentos de mulheres do MST: Reivindicar a terra, o direito como mulher, o direito de criar filhos e netos e cultivar alimentos saudáveis sem violência. 

 

O Acampamento Dom Tomás tem sido alvo de violências e intimidações por parte de fazendeiros nos últimos tempos, e as mulheres tem desempenhado um papel de destaque no combate à violência a qual estão submetidas como grupo que busca pelo reconhecimento de seu trabalho na terra.

Mas qual a história da Marcha das Margaridas? 

A Marcha acontece com um intervalo de quatro anos desde o ano 2000 e recupera a memória e a luta de Margarida Maria Alves, símbolo da Marcha. Margarida foi uma importante liderança sindical dos trabalhadores rurais da região de Alagoa Grande, Paraíba. Ela foi assassinada por fazendeiros da região no dia 12 de Agosto de 1983, 40 anos atrás. 

Hoje Margarida é um ícone da luta por reformas agrárias e garantias para trabalhadoras e trabalhadores campesinos e rurais. Em 2023 o presidente Lula sancionou a lei que inclui Margarida na lista de Heróis e Heroínas da Pátria. 

O Presidente Lula também assinou decretos que atendem às trabalhadoras rurais e a promoção de reforma agrária.

“Trabalhamos para o fim da violência, do racismo e do sexismo. Pela proteção da natureza e justiça ambiental e climática. Pela segurança alimentar e nutricional. Pela qualidade da saúde e da educação públicas. Pelo acesso à terra e crédito para produção. Pela universalização da internet e inclusão digital. Pela autonomia da mulher do campo e oportunidades para seus filhos. Nossas pautas são convergentes. Nossos sonhos são os mesmos. Foi para isso que eu voltei”, ressaltou Lula.

Desde a última marcha ocorrida em 2019 o período foi marcado por retrocessos na luta por terra, moradia e direito das mulheres, o que faz essa edição de 2023 um momento de retomada da esperança das mulheres margaridas e sua luta legada por mulheres como Margarida Maria Alves.

Fatima Safati

 

Por Redação

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