Formosa

Acampadas pelo Incra, famílias do MST em Formosa denunciam cerco paramilitar

Vídeo mostra homens armados impedindo a passagem no dia em que o Incra iniciaria o diagnóstico local. Os problemas da área se arrastam há sete anos.

ícone relógio26/06/2023 às 23:08:19- atualizado em  
Acampadas pelo Incra, famílias do MST em Formosa denunciam cerco paramilitar

Famílias do Acampamento Dom Tomás Balduíno, em Formosa, Goiás, foram cercadas na madrugada da segunda-feira, 26 de junho. Ninguém saía e ninguém entrava na área onde mora há mais de sete anos.

A denúncia das famílias foi acompanhada de vídeo gravado no local onde se vê uma barreira de carros e de homens armados fechando a estrada e intimidando quem precisava passar.

 

 

A tensão durou algumas horas. A CPT - Comissão Pastoral da Terra prestou assistência às famílias. A Polícia Militar foi chamada, mas demorou a chegar. 

Uma equipe do Incra - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e representantes do MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário também se fizeram presentes.

Essa não é primeira vez que famílias do Acampamento Dom Tomas denunciam tentativas de intimidação. 

Elas estão no local desde 2016.  Foram levadas para lá pelo próprio Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, que já agilizava a compra daquela terra para entregar a titularidade aos pequenos agricultores familiares do MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

O processo começou a sofrer revezes quando os herdeiros da fazenda resolveram questionar a negociação e o valor da venda feita pelo patriarca junto ao Incra. E o processo tramita ainda hoje no Judiciário.

Nos governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), além de não efetivar a desapropriação, o Incra não viabilizou outra terra para o assentamento, deixando as famílias em situação de conflito e de extrema vulnerabilidade.

Os trabalhos do Incra, no Acampamento Dom Tomás Balduíno, estão sendo retomados agora, quando será feito o diagnóstico, juntamente com as famílias que moram no local, para discutir a questão das áreas. 

De acordo com o site de notícias maisgoias.com.br, em nota, a Polícia Militar de Goiás informou que tomou conhecimento da situação e que juntamente com a promotoria do município está averiguando realmente do que se trata, “a fim de que possa garantir aos presentes no local as medidas legais necessárias para garantir a preservação da ordem e a segurança de todos os envolvidos (no episódio denunciado em 26/06) , atuando sempre em consonância com o ordenamento jurídico”. 

Da Redação

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