Instituto Federal se impõe como instrumento de modificação social
O Câmpus Formosa do IFG recebe estudantes também de outros municípios que procuram aqui uma formação profissional e acadêmica de qualidade e gratuita.
O Instituto Federal de Goiás aumentou o acesso à educação pública em Formosa, tanto na área técnica como no ensino superior. E mudou a vida de milhares de pessoas, não apenas a dos estudantes que por lá passaram ou que ainda frequentam os seus diferentes cursos, mas também toda a comunidade formosense por meio de projetos de extensão que almejam aproximar conhecimentos científicos e conhecimentos populares.
“O que eu vivi no Instituto me fez olhar o mundo de outra forma e é justamente por isso que tem um significado político importante”, afirma Diego da Silva, aluno de Pós Graduação da instituição. Diego reitera que o maior impacto de estudar no IFG foi no âmbito pessoal: “Me fez questionar mais as situações sociais que eu não percebia tanto. E conseguiu também me impactar no sentido de ter um olhar mais profissional e ser mais acadêmico na formação - conseguir produzir melhor, entender mais o espaço acadêmico”.
A avaliação de Diego é compartilhada por Andreza Brito, egressa do Instituto. “O IFG impactou na minha vida como estudante dando-me a oportunidade de ter um ensino de qualidade com profissionais capacitados. O maior impacto foi o senso crítico que vou levar para a minha vida toda sabendo como me posicionar e lutar por aquilo em que acredito”.
E mais. Para Andreza, “o instituto significa família onde todos são acolhidos independente de suas singularidades, um lugar onde todos se sentem livres para ser quem são sem medo de ser julgados pelo fato de simplesmente ser eles”.
Andreza Brito destaca ainda a importância social do IFG: “A instituição leva a uma evolução periódica para toda a comunidade de Formosa, pois todos os indivíduos que são pertencentes não só aprendem, mas também disseminam todo seu conhecimento com a família, com os vizinhos, amigos ou mesmo aqueles que estão próximos a si”, conclui.
Para Arthur Wentz, coordenador geral do Grêmio Estudantil, Gestão Ocupa Tudo, que está no comando da representação estudantil desde dezembro de 2020, “o IFG compreende em um sonho de diversos estudantes. Para mim, é uma oportunidade de ter acesso à ciência, cultura e diversas outras discussões recorrentes no ambiente acadêmico”.
A partir da consciência crítica despertada pelo debate acadêmico, o Grêmio buscar interagir com a comunidade formosense. Atualmente está desenvolvendo a campanha Vida, Pão, Vacina & Educação.
“O protagonismo jovem vem se intensificando dentro do município e isso só se dá porque temos uma constante busca da juventude por espaço no âmbito público. Levando em consideração as crescentes discussões em torno dos espaços que a juventude deve alcançar, encontramos no IFG uma instituição que forma jovens pensantes em busca de sua autonomia e preparados para resistir a governos autoritários”, destaca Arthur Wentz.
O coordenador geral do Grémio mostra ainda outro diferencial da escola. “O processo de autoaceitação e o despertar nos aspectos identitários nem sempre são bem trabalhados nas instituições de ensino em Formosa, às vezes pelo sucateamento da educação pública ou pela intensa onda conservadora na cidade. Dentro do IFG, a constante busca por essas pautas me levaram para uma crescente busca por políticas públicas educacionais e inclusivas, assim, perdi o medo de ser quem sou e pude transformar meu corpo em um corpo político, colocando minha voz a disposição para ecoar gritos por justiça social”, finaliza Arthur Wentz.
Um lado frágil a ser aprimorado
Mas nem tudo são flores. A avaliação do pós-graduando Diego da Silva mostra um lado frágil do IFG: “Ter um Instituto Federal em um município como Formosa é potente e necessário e às vezes até problemático. Potente, pois é uma rede de ensino de qualidade, com profissionais qualificados, a estrutura não é das excelentes, mas consegue alcançar, fazer o que se propõe. Necessário pois o município de Formosa precisa de mais instituições como o IFG, com mais opções de cursos pois isso é essencial pra formação da população. E sendo uma instituição pública, é melhor ainda para tentar alcançar e dar uma formação de qualidade para a galera menos privilegiada.
E problemática justamente por essas questões. Ainda é uma instituição bastante seletiva e até elitizada, principalmente em cursos que não são para formação de professores. É bem monopolizada a questão da gestão e o direcionamento e atenção aos cursos são diferentes. Precisa também ter uma frente mais comunicativa com a comunidade, pois embora esteja localizado em um bairro periférico, ainda não abarca essa população”.
IFG: um legado dos governos do PT
O IFG faz parte de uma série de políticas públicas federais na área da Educação implantadas pelos governos do Partido dos Trabalhadores. O Câmpus Formosa funciona desde 2010 e hoje conta com 1.065 estudantes matriculados. São 191 alunos de Nível Técnico Médio Regular. São 186 de Nível Técnico Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). São 599 do Ensino Superior. São 32 estudantes da Pós Graduação da Modalidade Presencial e 57 de Pós Graduação em EAD (Ensino à Distância).
Os Institutos Federais surgem para substituir e integrar os Centros Federais de Educação Tecnológica, os antigos CEFETs, reformulando as políticas institucionais internas e democratizando o acesso à educação pública em todo o país. No estado de Goiás existem dois modelos de institutos que oferecem uma série de cursos em diferentes níveis formadores, o Instituto Federal Goiano e o Instituto Federal de Goiás.
Assim como as Universidades Federais, os Institutos Federais são autônomos e públicos. Nosso município foi contemplado pelo IFG - Instituto Federal de Goiás com diferentes modalidades de ensino. As políticas públicas educacionais propostas pelos governos petistas tiveram um impulso especial a partir do ano de 2008 com a Lei Federal nº 11.892 e, em seguida, com a implementação da unidade em nosso município.
O IFG – Câmpus Formosa cumpre o papel social e educacional esperados pelo governo progressista e de esquerda do Partido dos Trabalhadores, oferecendo condições dignas, plurais e emancipatórias para seus estudantes e comunidade. A efetivação dos Institutos Federais possibilitou a educação técnica e superior nos mais diversos municípios brasileiros, aumentando a possibilidade de a população usufruir de espaços de formação educacional com investimentos federais.
A municipalização do ensino federal foi uma estratégia importante adotada pelo Ministério da Educação, na gestão de Fernando Haddad, para disseminar a educação pública e de qualidade. O IFG tem 14 campi em diferentes municípios de Goiás. A maioria dos Campi do IFG não estão na região metropolitana da capital. Além de Formosa, Cidade de Goiás, Inhumas, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Uruaçu e Valparaíso contam com uma unidade do IFG.
Da Redação
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