Fim do Bolsa Família. Auxílio Brasil é mais um passo para o genocídio
Mais de 1 milhão de famílias goianas, sem emprego ou em trabalho precário, deixam de receber o auxílio social do governo, ficam desamparadas e entregues à própria sorte.
A extrema-direita sempre quis acabar com o Programa Bolsa Família, Jair Bolsonaro, como expoente deste setor da sociedade, nunca quis ficar atrás. Seu governo sempre trabalhou para enfraquecer o programa, porque faz parte da natureza da extrema direita não só combater a justiça social, mas também combater a organização do povo que sempre pode se transformar num obstáculo a projetos autoritários.
O Auxílio Brasil, anunciado pelo governo como programa para substituir o Bolsa Família, na prática exclui da proteção social quase 25 milhões de famílias. Estas famílias estão abandonadas à própria sorte, numa época marcada pelo desemprego, pelos salários rebaixados e por um grau de violência de que é vítima a sociedade.
Para se ter uma ideia das proporções da tragédia, em nosso estado de Goiás, o programa Auxílio Emergencial, do atual governo federal, atendia 1.367.707 famílias, utilizando cadastros construídos durante os governos democráticos. Com o corte praticado, o Auxílio Brasil está assistindo a apenas 310.795 famílias goianas, ou seja, mais de 1.050.000 estão no desamparo.
Fontes, como a revista Fórum, informam que “os números utilizados são os do Censo de 2010, sendo que o Cadastro Único disponibiliza dados mais atualizados. E o governo prevê mudanças somente para 2022.” Diante deste quadro, a revista Fórum aponta para o que julga ser uma atitude irresponsável do governo.
Faz parte da índole do ocupante do Palácio do Planalto o ódio à democracia e o desprezo pelo povo. Não deveríamos nos surpreender, se de repente, ele resolvesse aumentar o número de famílias a serem assistidas, com fins eleitorais, a reeleição é seu principal objetivo.
Para alcançar esse objetivo, ele fará qualquer coisa, inclusive levando seus aliados governadores a adotarem projetos assistencialistas, com objetivos eleitorais e de duração breve, como já acontece aqui em Goiás. Isso pouco tem a ver com bem-estar social.
A Medida Provisória que cria o Auxílio Brasil já foi aprovada pela Câmara dos Deputados. Agora vai tramitar no Senado. Lá ela depende ainda de uma incerta aprovação de uma emenda constitucional dos precatórios que permitiria ao governo aplicar um calote em milhares de pequenos credores da União.
Ainda não sabemos como essa novela vai acabar.
Jorge Antonini, dirigente do PT em Formosa, acredita o objetivo do governo é destruir o programa Bolsa Família e outros programas sociais, o resto são manobras com objetivos eleitorais. É certo que o governo tudo fará para prejudicar as pessoas mais carentes, para se manter fiel ao modelo neoliberal imposto pelos Estados Unidos.
Mas Antonini alerta que as forças democráticas e progressistas devem votar a favor do auxílio em dinheiro e da prestação de no mínimo R$ 600,00 e estender este benefício a todos os que tinham acesso à Bolsa Família. Esta é a maneira de atenuar a tragédia que se abate sobre as camadas menos protegidas da população.
Jorge Antonini lembra ainda que o “Auxílio Brasil, como tudo que é criado de maneira eleitoreira, não dispõe de bases fundamentais para sua implantação e gestão. Basta lembrar que ele foi lançado sem ter previsão dos recursos que serão empregados em sua execução”.
Da Redação
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