Governo Lula terá secretaria inédita, voltada para a comunidade LGBTQIA+

A Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, que integra o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania é uma secretaria, até então, inédita na história brasileira, e criada no atual Governo Lula. 

O Ministro Silvio Almeida nomeou Symmy Larrat – jornalista, ativista e que se identifica como travesti, além de ser a presidenta da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT). 

Em entrevista para o site do PT Formosa, Bernardo Vieira, homem trans e membro da Juventude do PT, relembra o governo anterior, comandado por Jair Messias Bolsonaro (PL).

“O governo do ex-presidente fingiu que a comunidade LGBTQIA+ não existia, sem falar das falácias de ideologia de gênero. O Brasil é o país que mais mata a comunidade no mundo, e isso não foi nem pautado no último governo”.

Segundo levantamento realizado pelo Observatório de Mortes e Violência contra LGBTIA+ no Brasil, a violência contra a população LGBTQIA+ aumentou de 2020 para 2021. Os dados disponibilizados pelo Observatório mostram um aumento de 33,33% de mortes em 2021 em relação ao ano anterior, havendo 237 mortes em 2020 e 316 em 2021. Os dados de 2022 ainda não foram divulgados.  

Além disso, ao longo do governo Bolsonaro, diversas políticas públicas para a comunidade LGBTQIA+ foram deixadas de lado. Em artigo publicado no Nexo Jornal, são expostas algumas das ações voltadas para esse público que o então governo federal atuou contra, como a exclusão de ação orçamentária exclusiva para políticas LGBTI+, realizada em 2020, a revogação da 4ª Conferência Nacional LGBT, também em 2020 e o fechamento do Departamento de Promoção dos Direitos de LGBT, em 2021.

Perguntado sobre sua expectativa para com o atual governo e a criação da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Bernardo é positivo. “A expectativa é de um cuidado maior com a comunidade, por mais que não tenha alguma grande menção no programa de governo, mas tirando como base os últimos governos do PT, várias ações foram realizadas como direito ao nome social, criminalização da homofobia, direito ao casamento homoafetivo.”

Além disso, Bernado retoma a questão da violência que a comunidade LGBTQIA+ enfrenta. “A segurança é algo que temos que ter como prioridade, pois por esses últimos quatro anos fomos tratados como piada, e isso deu abertura para que legitimasse a violência com a comunidade ou os que não seguem o padrão de família tradicional”, afirma.

Por Redação com Bernardo Vieira

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