Dia da Juventude: É preciso criar mais espaços para a juventude ser ouvida
Edu comenta as demandas da juventude em Formosa e expõe objetivo de criar projeto de lei que instaure um Conselho Municipal de Juventude na cidade.
12 de agosto é o Dia Internacional da Juventude. A data foi criada pela ONU - Organização das Nações Unidas em 1999 e chama a atenção para as questões que os jovens experienciam em todo o mundo.
É uma “celebração anual do papel essencial dos jovens para gerar mudanças e também aumentar a conscientização sobre os desafios e problemas enfrentados pela juventude mundial”, de acordo com o IYD Brasil (International Youth Day), movimento organizado por jovens voltado para essas demandas e para essa data específica.
Edu, símbolo da juventude no munícipio de Formosa e Secretário da Juventude do PT Formosa, concedeu entrevista para a redação, relembrando alguns pontos sobre o que é ser jovem, a importância da mobilização da juventude, entre outros.
Redação: Qual a importância da mobilização política, em especial da juventude?
Edu: Existem algumas problemáticas, alguns estereótipos de que a juventude não consegue pensar criticamente a sociedade, a política, a economia. Mas a juventude, como a gente já tem visto em diversos espaços políticos de representação e também espaços populares, vem construindo espaços e demandas significativas para serem alcançadas. E nesse trabalho horizontal que a juventude faz de organização, de debate, de inclusão, conseguimos identificar a juventude enquanto outros segmentos também - a juventude preta, juventude pobre, a juventude LGBT, a juventude feminista. Então são vários recortes da sociedade dentro de um segmento etário, que se organizam pra pensar a sociedade de alguma forma. Seja de forma deliberativa ou seja de forma organizativa popular. Então eu acho que essa é a importância, porque quando a juventude se organiza enquanto juventude, ao passar do tempo ela vai continuar tendo essa avaliação crítica para o Brasil e para os espaços que ela ocupa e continuar construindo esse espaço politicamente, socialmente, economicamente e identitariamente.
Redação: Você, enquanto Secretário de Juventude do Partido dos Trabalhadores em Formosa, pode dizer quais são as principais reivindicações da juventude atualmente?
Edu: Eu acho que a principal reivindicação da juventude atualmente é a organização, a possibilidade de se organizar. Eu vejo os estudantes secundaristas tentando se organizar nas escolas e não conseguindo montar o seu grêmio, há uma falta de coerência entre os poderes aqui na cidade pra de fato colaborarem para a organização da juventude. No entanto, em alguns espaços narrativos, dizem que, como sempre, a juventude é o futuro do país, mas esquecem que a juventude é também o presente - a gente come, a gente vive, a gente socializa, a gente se relaciona com todos os setores da sociedade, enquanto juventude. Então a gente está construindo e eles esquecem disso. Então essa é a principal necessidade, a organização da juventude, a possibilidade de organização, porque a juventude já está organizada. O problema é que ela se organiza em outros espaços.
Outra demanda da juventude é a cultura, o lazer, o esporte. Eu acho que a gente fica muito limitado, não existem políticas de espaços plurais pra que a juventude participe. A segurança também dessa juventude às vezes está ameaçada, tendo uma polícia militar aqui na cidade que aborda esses jovens, principalmente negros e periféricos de uma forma um pouco estranha. Métodos que a Polícia Militar goiana utiliza pra abordar jovens pretos e periféricos.
Outra demanda também muito importante é criar um conselho municipal de juventude, que dialogue com a Prefeitura e com a Câmara de Vereadores num espaço legitimado. Eu, enquanto Secretário de Juventude do PT Formosa, estou produzindo um projeto de lei que vai tornar possível o Conselho de Juventude. Vou encaminhar para a vereadora do PT, a Professora Nilza, para que ela apresente numa sessão da Câmara. E vamos trabalhar para que consigamos aprovar esse projeto e incluir essas juventudes que às vezes esquecemos que elas existem aqui na cidade, para pensar politicamente, para contar o que elas estão pensando politicamente há anos. A juventude está aqui há anos fazendo alguma coisa e ela nunca é ouvida por nenhum dos espaços.
Redação - A Juventude do PT de Formosa pretende se organizar nesse período eleitoral? Se sim, algo já foi discutido?
Edu: A Juventude do PT aqui em Formosa já vem discutindo sobre isso ao longo do tempo. Em especial, acreditamos que a campanha do Lula é fundamental, então a gente está se organizando para conversar de forma cotidiana com o máximo de pessoas possíveis, para dizer que Lula é a única alternativa pra que se consiga reverter esse cenário de instabilidade no Brasil, seja ele político, econômico ou social. Também acreditamos que a gente precisa de pessoas que realmente nos representem, que façam parte da nossa realidade, que façam parte da nossa aproximação identitária, etária, social e econômica. Então a Juventude do PT já prevê um candidato a ser eleito e que iremos trabalhar pra que ele seja eleito, que é o Gabriel Eduardo, do Partido dos Trabalhadores de Luziânia, uma das cidades do entorno de Brasília. E estamos muito alinhados com ele, porque é um candidato que acredita na possibilidade de transformar as realidades dos goianos e goianas que estão nesta região, é um cara muito compromissado com a história do Partido e também vê a necessidade de fazer Lula o nosso presidente em 2022.
Redação - O que é importante reiterar para a juventude, de maneira geral?
Edu: O povo fala que o futuro a Deus pertence, mas o futuro não pertence a ninguém, porque o futuro ainda não existe. A juventude de Formosa é o presente mesmo, sendo bem clichê. Não é preciso ser um adulto pra se organizar. Não é preciso ser adulto pra pensar alguma coisa. Não precisa ser adulto pra combater nada. A gente enquanto jovem - seja jovem universitário, jovem secundarista, já é capaz de fazer tudo isso, conseguimos combater opressões, combater preconceitos, combater essa tradicionalidade do poder público em Formosa, de achar que tudo tem que ser da forma com que as instituições acreditam. Eu acho que temos possibilidade de apontar o dedo pros defeitos, mas também reconhecer as benfeitorias feitas pelos poderes aqui na nossa sociedade, na nossa cidade também. Nós podemos, no presente, ser alguma coisa, não podemos deixar para o futuro nada. A gente pode esperançar um futuro melhor, reconhecer o passado que a gente teve e transformar o presente minimamente. Eu acho que cabe também ressaltar para a juventude de Formosa que se quisermos que alguma coisa se transforme, que nós sejamos a transformação. E eu não estou dizendo que a gente precise necessariamente fazer isso no movimento estudantil ou no movimento partidário. A juventude pode se organizar em diversos setores - ligados a uma sigla partidária ou não, ligadas a uma juventude política, estudantil, ou não. A gente pode fazer a transformação sendo ativistas do meio ambiente, sendo apoiadores de algum tipo de causa, sendo influencer, sendo blogueiros, a gente pode fazer isso de várias formas, mas a gente precisa existir no presente e não ficar provisionando a existência para o futuro.
Por Redação
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